quarta-feira, novembro 15, 2006

Só falta você para a minha festa ser completa



Chorei, não procurei esconder
Todos viram, fingiram
Pena de mim, não precisava
Ali onde eu chorei
Qualquer um chorava
Dar a volta por cima que eu dei
Quero ver quem dava

Às 17:15 de 1958, nasce em Botafogo no Rio uma menina magricela e feia, segundo as más linguas da vizinhanca.
A neguinha além de mijar na cama até aos 11 anos ainda chora atoa e por tudo, por isto é chamada pelos familiares de "Manteiga Derretida".
Começa a escola já sabendo ler e escrever e pula para a terceira classe. Por ser a menorzinha da sala é logo apelidada de "Pingo do i".
É muito timida e caseira e quase nunca sai para festas ou bailes para alegria e tranquilidade dos pais. Gosta de leituras e vive da casa para a escola e vice versa.
Apanha bastante das irmãs que já não aguentam com a mãe dizendo:
_ Porque vocês não podem ser como ela.
Aos 18 anos ainda não tem namorado e quando todos pensam que entrara para um convento para virar freira , ela desencanta e se apaixona.
Começa a trabalhar, casa-se com o primeiro namorado e tem filhos.
Tranca a matrícula da faculdade depois do primeiro ano e nunca retorna.
Perde a irmã e melhor amiga de 25 anos para o cancer.
Chora, odeia, não se conforma e fica de mal com Deus.
Começa a viver sua vida como se o final estivesse próximo, como se fosse morrer amanhã.
O casamento tambem não dá certo, e a separação é um fato.
Apesar do trabalho de criar sòzinha os três filhos é neles que encontra forças para continuar. A estas alturas já tinha mandado Deus para o inferno.
Precisa de algo para se distrair, começa a se corresponder com amig@s de todas as partes do mundo através do Balcão um jornal de classificados, passa noites em claro escrevendo cartas, aproveita enquanto os filhos estão dormindo ( PC e internet nem em sonho). Se apaixona por um deles mesmo que distante.
Resolve entregar os filhos ao ex- marido; em prantos e com o coração partido. Segue com a irmã para a Itália , precisa parar para repensar na sua vida.
Conhece a Finlandia, Noruega e Suécia e vive um grande amor.
A saudade dos filhos é maior que ela mesmo e depois de 3 meses volta ao Brasil.
A paixão a segue para ter certeza do regresso da amada (com os filhos que veem a ser como dele próprio).
Faz as pazes com Deus e agradece, recebe a graça de mais uma filha.

Reconhece a queda e não desanima
Levanta, sacode a poeira
E dá a volta por cima

Hoje aos 48 anos ( 17 de Suécia) se sente uma mulher forte , amada,vitoriosa e previlegiada. A timidez desapareceu como por encanto. Pede ao grande amigo Deus forças para poder viver no minimo mais uns 30 anos com saúde para poder brincar com os netos que com certeza ainda viram; e com o marido conhecer novos paises e cidades que é o grande interesse dos dois.

Parabéns para mim pelos meus 48 anos!