quarta-feira, março 14, 2007

Ausência


Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade

2 comentários:

Anônimo disse...

Beth querida,
este poema do Drummond fala exatamente o que sinto neste momento.
te beijo

taís

Luz disse...

aprendi a amar Carlos Drummond de Andrade, graças a Bela, Elizabeth, Valter, e outros poucos mais…

OBRIGADA!